Índice de Confiança do Consumidor Paulista tem primeira queda interanual desde 2021

O Índice de Confiança do Consumidor Paulista (ICCP), elaborado pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP), em parceria com a PiniOn, alcançou, em fevereiro, 107 pontos, baixa de 1,8% em relação a janeiro e 2,7% em comparação com o mesmo mês de 2023. Esta é a terceira queda mensal consecutiva e o primeiro recuo em termos interanuais, o que não ocorria desde fevereiro de 2021. De todo modo, o ICCP permanece no campo otimista (acima de 100 pontos).

No recorte das classes socioeconômicas, houve uma queda generalizada da confiança, enquanto na composição do índice, em geral, piorou a percepção das famílias em relação à sua situação financeira e de emprego atuais. A deterioração foi ainda maior em termos das expectativas futuras sobre as variáveis anteriores e a economia brasileira, com um recuo mais intenso do que aquele observado no mês passado na segurança no emprego.

Segundo Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), “a queda na confiança se manifestou na diminuição da quantidade de pessoas dispostas a adquirir bens de alto valor, como automóveis e imóveis, além de produtos duráveis como geladeiras e fogões. A disposição para investir também foi prejudicada, evidenciando uma desaceleração ainda mais significativa.”

O Índice de Confiança do Consumidor da Cidade de São Paulo (ICCSP) alcançou 97 pontos em fevereiro, mostrando retrações de 1,0% em relação a janeiro e de 4,0% em comparação com igual mês de 2023. Esta é a quarta baixa mensal consecutiva do ICCSP e a segunda redução interanual, permanecendo no campo pessimista (abaixo de 100 pontos).

Assim como aconteceu a nível estadual, houve uma piora das percepções com relação à situação atual e, principalmente, das expectativas de emprego e renda, levando a maioria dos entrevistados a manifestar menos interesse em investir e em comprar bens duráveis e itens de maior valor. Com relação à evolução da confiança dos consumidores da cidade de São Paulo, distribuídos por classes socioeconômicas, houve estabilidade para a classe AB e recuos para as classes C e DE.

O economista conclui que os resultados do ICCP e do ICCSP de fevereiro apresentaram reduções com piora das percepções em relação à situação financeira atual e, principalmente, em termos das expectativas em relação às evoluções da renda e do emprego. Ruiz de Gamboa acrescenta que “a tendência desfavorável desses indicadores reflete o processo de desaceleração econômica iniciado no ano anterior. Isso ocorre em meio a um cenário de crescente endividamento das famílias e taxas de juros ainda consideravelmente altas”.

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